sexta-feira, 1 de maio de 2009

15 anos

Hoje, como os fãs não esquecem e a imprensa não deixará esquecer, faz 15 anos que Ayrton Senna bateu a mais de 200 km/h na curva Tamburello, no circuito de Ímola, na Itália. Mas ontem fez quinze anos que outra pessoa, bem menos conhecida mas cuja morte não foi menos importante, também faleceu.




Roland Ratzenberger, austríaco, tinha 33 anos quando disputava o treino oficial que classificaria para o GP de San Marino de 1994. Era seu primeiro ano na categoria - antes passara por Le Mans e F-3, entre outros. Disputaria seu segundo Grande Prêmio pela Simtek, uma escuderia minúscula recém formada. Conseguira um grande feito, de classificar seu carro em 11º na corrida anterior, no Japão.

Ratzenberger estava fazendo sua volta rápida para obter tempo de classificação, quando seu carro - que não era nem um pouco confiável, como se provaria - teve a asa solta e acabou saindo do chão na curva Villeneuve, deixando o austríaco como mero passageiro. O Simtek se chocou violentemente no muro e, muito por conta de uma estrutura de segurança pífia, Roland Ratzenberger faleceu.



O acidente deixou muitos pilotos da Fórmula 1 extremamente chocados. Mas nenhum tanto quanto o próprio Ayrton Senna. Na sexta daquele mesmo GP - o acidente de Ratzenberger ocorrera no sábado -, Rubens Barrichello sofreu um grande acidente a bordo de sua Jordan, que, graças a Deus, não deixou sequelas mais graves no piloto (até hoje, pelo visto). Senna queria até que a prova não fosse realizada. Mas ela acabou acontecendo. Galvão Bueno, ao transmitir a corrida, sentia que o clima não estava nada bom. E o resto da história todos conhecem.

Mas uma coisa que poucos sabem é que, dentro do carro da Williams, junto a Senna, estava uma bandeira austríaca. Caso vencesse, Senna homenagearia Roland, dando a sua tradicional volta empunhando a flâmula vermelha e branca.

E a morte de Ratzenberger ainda está bem viva na minha memória. Eu tinha quatro anos naquela ocasião, mas me lembro de tudo perfeitamente. Da batida, do pescoço do austríaco pendendo para o lado. E para uma imagem marcante - o fim da transmissão daquele dia, com bandeiras vermelhas tremulando com a pista, o horizonte cinza, impreciso.

Nenhum comentário:

Postar um comentário